Comes e Bebes
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

As Abelhas através da História

Ir para baixo

As Abelhas através da História Empty As Abelhas através da História

Mensagem  Mestre da Culinária Qui 13 Mar 2008, 12:42

As abelhas através da história

Segundo Adriano Rezende Montes, antes do surgimento do homem neste planeta a abelha já existia, e acredita-se que ela surgiu quando já havia razão e meio para existir. Sabe-se hoje, por provas arqueológicas (pedaços de âmbar transparente envolvendo abelhas), que já existiam abelhas há 42 milhões de anos, idênticas às actuais.

Na obra da Dr. ª Eva Crane (Honey, a Comprehensive Survey), encontramos informações de que os sumérios, que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de 5000 a. C., já usavam o mel. Dos textos sumérios que sobreviveram até os nossos dias são conhecidas duas passagens que falam a respeito do mel. Três mil anos depois, esta região seria conhecida por Babilónia. Os babilónicos já usavam o mel também na medicina. Posteriormente, os hititas invadiram a Babilónia. No código hitita, por volta de l300 a.C., temos as primeiras referências em uma legislação que regula algo a respeito de mel e abelhas.

Por volta do ano 3400 a.C., o soberano do Alto Egipto uniu seu reino ao Baixo Egipto. Desde a primeira dinastia 3200 a.C., adoptou-se as abelhas como símbolo do faraó do Baixo Egipto. O mel era muito usado pelos antigos egípcios, especialmente pelos sacerdotes, tanto nos rituais e cerimónias como para alimentar animais sagrados. Há textos que põem em destaque a existências de apicultura migratória no antigo Egipto, o que significa que já naquela época era bastante usado algum tipo de colmeia móvel. Na Bíblia, no velho testamento, temos suficiente número de informações para concluir que na Terra Prometida dos hebreus, “regada por leite e mel”, o mel era amplamente usado, porém não temos informações sobre a possível prática da apicultura.

A apicultura evoluída na Grécia clássica acredita-se na existência de apicultura sistemática já na pré-história, pois a própria actuação de Aristeu leva-nos à ideia de que existe uma grande possibilidade de os personagens mitológicos terem sido seres humanos que se destacaram por ser inteligentes, habilidosos ou bem dotados, com o tempo eles teriam se tornado lenda. Pela época do historiador Hesíodo, contemporâneo de Homero, a apicultura sistemática já era um fato, pois se menciona o “simblous, ou simvlus”, que eram um tipo de colmeia construída por mãos humanas.

Escavações feitas em Feston, na ilha de Creta, por companhias arqueológicas italianas, trouxeram à luz colmeias de barro que pertenceram à época minóica, 3400 a.C., bem anterior a Hesíodo e Homero. Outros achados destas escavações revelam o alto estágio da apicultura desta época. Entre eles estão duas jóias de ouro; uma delas mostra duas abelhas, datada de 2500 a.C., e foi encontrada nas escavações da antiga cidade de Cnossos. Homero, o poeta, na sua consagrada odisseia, fala sobre uma mistura de mel e leite, chamada “melikraton”, que era considerada uma excelente bebida; menciona também que as filhas órfãs de Píndaro eram alimentadas pela deusa Vénus (Afrodite) com queijo, mel e vinho, os mesmos alimentos usados por Circe, a feiticeira, que fascinou os companheiros de Ulisses.

Foi Aristóteles quem primeiro fez estudos com métodos científicos a respeito de abelhas, “melissas”, utilizando colmeia cilíndrica feita com ramos de árvores entrelaçados com uma mistura de barro e estrume de vaca. Esta colmeia hoje é chamada de “anastomo”ou “cofini”, e em certas regiões da Macedônia ainda é usada. No período pré-aristotélico, a apicultura já tinha em grande parte sido sistematizada, tanto assim que o grande legislador ateniense Sólon dedicou-lhe vários artigos da lei, o que comprova seu estágio avançado naquele tempo. Um dos artigos proibia a instalação de um novo apiário a uma distância menor que 300 pés (90 metros), de um apiário já existente. A cesta cilíndrica usada como colmeia, possuía alvado ou buracos por onde entravam as abelhas, na parte superior, boca, onde eram colocadas de 8 a 12 ripas de madeira, paralelas. Ao longo da parte inferior destas ripas era derramada cera derretida, bem no meio, e ao longo de seu comprimento. A partir deste fio de cera, as abelhas iniciavam a construção de favos paralelos que chegavam ao fundo da cesta. Estes foram os primeiros favos móveis de que se têm notícias. Com favos móveis, Aristóteles conseguiu fazer observações valiosíssimas, das quais algumas sobreviveram até a descoberta do microscópio, outras até Langstroth, apicultor americano do século XIX, o espaço abelha, e as medidas são válidas até hoje.




Após Aristóteles, seguiram-se os romanos e, depois vários outros escritores, filósofos e poetas gregos escreveram sobre a abelha, porém não houve progresso substancial até a descoberta do microscópio, em l590, pelos holandeses I. e Z. Janssen. Os maiores mestres da apicultura mundial, depois de Aristóteles foram:

1) Jan Swammerdam - holandês, foi o primeiro a desvendar o sexo da rainha, pela dissecação, em 1670. Todavia, não explicou a fecundação.

2) Janscha - austríaco, apicultor da rainha Maria Tereza. Desfez pelas suas observações, em 1771, o mistério da fecundação das rainhas, descobrindo que esta ocorre ao ar livre.

3) François Huber - suíço, notou em 1778 o vôo e retorno de rainhas com evidência de fecundação. Em 1788, demonstrou que as rainhas acasalam-se mais de uma vez. Em 1791, tentou a primeira fecundação artificial.

4) John Dzierson - alemão, reverendo protestante, descobriu a partenogénese em 1845, cruzando rainhas italianas com zangões cárnicos, etc.

5) Lorenzo Lorraine Langstroth - nascido em Filadélfia (EUA) em 25/12/1810, falecido em Dayton (EUA) a 06/10/1895. Foi reverendo protestante, apicultor e escritor. Em 1851, descobriu o “espaço abelha” uma das maiores conquistas para a apicultura racional. Foi também criador do “quadro móvel”, suspenso dentro da colmeia pelas duas extremidades, e dentro do qual as abelhas, guiadas por folhas de cera, constroem seu favo.

6) J. Mehrig - alemão, inventor da cera alveolada em 1857.

7) D.Hruschka - veneziano, inventou em 1865 “smielatore” máquina extratora de mel que não danifica os favos.

Cool Pe.Hoffman - descobridor do espaçador automático entre os quadros móveis, o que hoje possibilita a locomoção das colmeias, e manuseio para inspecção da colmeia.
Mestre da Culinária
Mestre da Culinária
Moderador

Mensagens : 535
Data de inscrição : 03/03/2008

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos